quinta-feira, 14 de março de 2013


Voando sobre um ninho de cucus


     Este filme estreou-se em 1975 , realizado por Milos Forman conta também com a participação nos papeis principais do inimitável e carismático Jack Nicholson e de uma magnifica interpretação de Louise Fletcher.


     O filme começa com a entrada do criminoso de carreira R.P. Macmurphy(Jack Nicholson)  no hospital psiquiátrico que servirá de cenário a quase toda a história. A chegada ao hospital não se deve a loucura, mas sim a uma tentativa de escapar à prisão alegando insanidade mental. A partir do momento em que é internado  Macmurphy  começa a conhecer ,  os outros pacientes com quem partilha aquela ala e apercebe-se imediatamente de que é não mais do que a enfermeira Ratched que comanda aquela ala com pulso de ferro, e que a loucura é irrelevante na estadia lá porque depois de entrar todo o dia a dia e o tipo de tratamento a que são sujeitos os doentes fazem quase que uma destruição da autonomia, do bom senso e da liberdade dos mesmos, tornando-os assim dependentes do tratamento, a partir do momento que Mac se apercebe deste facto ele vai entrar em conflito sempre que possível com a enfermeira, desde  tentar arranjar tempo para ver o World Series de basebol , até “raptar” os pacientes e leva-los a uma volta pelo mar, ele vai estar sempre na sua postura desafiadora em relação à politica do estabelecimento , no entanto quando descobre que é praticamente o único que se encontra ali obrigado e que todos os outros estão la voluntários revolta-se com eles e relembra-lhes que não são mais loucos do que todas as pessoas que andam na rua, são apenas e tratados de forma a acreditar que sim , e já no final formula um plano para escapar aquele sítio mas não segue com o plano e acaba por ficar , quando é apanhado é transferido para uma outra ala onde e submetido a um tratamento que lhe “mata” o espirito, tornando-o quase vegetal o seu colega e confidente o Chefe (que finge surdez e mudez durante todo o filme revelando-se a Mac já numa parte final ) acaba-lhe com o sofrimento de viver aprisionado num corpo em que a sua mente e os seus ideiais já não estão presentes sufocando-o com uma almofada.



      Esta é uma visão muito geral, dum filme que eu considero fabuloso pelo modo como ele nos transmite uma mensagem importantíssima acerca do modo como aquilo que nos rodeia pode influenciar a nossa opinião acerca de nós próprios e de como essa opinião pode de facto alterar-nos. O facto de ser um eterno criminoso a fazer coisas tão positivas por pessoas aparentemente marginalizadas sensibilizou-me também muito , pelo que este filme serve para fazermos uma reflexão própria acerca da nossa própria situação , e lembrar-nos que não importa aquilo que possuímos fisicamente, porque o momento em que percamos a nossa identidade, o nosso livre arbítrio, a no autonomia perderemos a nossa liberdade e sem ela nada do que possuirmos nos vai compensar o vazio de estar limitado , preso, de nos vermos destituídos da nossa condição humana e acho que acima de tudo é um bocado desta mentalidade que se vê a esvanecer nos tempos que correm…  


Hugo Pacheco

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