Na psicologia, o estudo da
percepção é de extrema importância porque o comportamento das pessoas é baseado
na interpretação que fazem da realidade e não na realidade em si. Por este
motivo, a percepção do mundo é diferente para cada um de nós, cada pessoa
percebe um objeto ou uma situação de acordo com os aspectos que têm especial
importância para si própria.
Muitos psicólogos cognitivos e
filósofos de diversas escolas, sustentam a tese de que, ao transitar pelo
mundo, as pessoas criam um modelo mental de como o mundo funciona. À medida que
adquirimos novas informações, nossa percepção se altera. Diversos experimentos
com percepção visual demonstram que é possível notar a mudança na percepção ao
adquirir novas informações. As ilusões de óptica e alguns jogos, como o dos
sete erros se baseiam nesse fato. Algumas imagens ambíguas são exemplares ao
permitir ver objetos diferentes de acordo com a interpretação que se faz. Em
uma "imagem mutável", não é o estímulo visual que muda, mas apenas a
interpretação que se faz desse estímulo. Assim como um objeto pode dar margem a
múltiplas percepções, também pode ocorrer de um objeto não gerar percepção
nenhuma: Se o objeto percebido não tem embasamento na realidade de uma pessoa,
ela pode, literalmente, não percebê-lo.
O processo de percepção tem início com a atenção que não é mais do que um processo de observação seletiva, ou seja, das observações por nós efetuadas. Este processo faz com que nós percebamos alguns elementos em desfavor de outros. Deste modo, são vários os fatores que influenciam a atenção e que se encontram agrupados em duas categorias: a dos fatores externos (próprios do meio ambiente) e a dos fatores internos (próprios do nosso organismo).
Os
fatores externos mais importantes da atenção são a intensidade (pois a nossa atenção é particularmente despertada por
estímulos que se apresentam com grande intensidade e, é por isso, que as sirenes das ambulâncias possuem um som insistente e alto); o contraste (a atenção será muito mais despertada quanto mais contraste
existir entre os estímulos, tal como acontece com os sinais de trânsito
pintados em cores vivas e contrastantes); o movimento que constitui um elemento principal no despertar da atenção
(por exemplo, as crianças e os gatos reagem mais facilmente a brinquedos que se
movem do que estando parados); e a incongruência, ou seja, prestamos muito mais atenção às coisas absurdas
e bizarras do que ao que é normal (por exemplo, na praia num dia verão
prestamos mais atenção a uma pessoa que apanhe sol usando um cachecol do que a
uma pessoa usando um traje de banho normal).
Os
fatores internos que mais influenciam a atenção são a motivação (prestamos muito mais atenção a tudo que nos motiva e nos
dá prazer do que às coisas que não nos interessam); a experiência anterior ou, por outras palavras, a força do hábito faz com
que prestemos mais atenção ao que já conhecemos e entendemos; e o fenómeno
social que explica que a nossa natureza social faz com que pessoas de contextos
sociais diferentes não prestem igual atenção aos mesmos objetos.
A percepção pode ser "enganosa", pois de certo modo, por vezes faz-nos ver algo "irreal" ou apenas "brinca" com a nossa mente. Para o demonstrar, deixo um vídeo com algumas demonstrações sobre o quanto a percepção humana se pode deixar influenciar.
Luís Moreira nº25
Sem comentários:
Enviar um comentário