quinta-feira, 14 de março de 2013

A vida de uma criança selvagem


“Será preciso admitir que os homens não são homens fora do ambiente social, visto que aquilo que consideramos ser próprio deles, como o riso ou o sorriso, jamais ilumina o rosto das crianças isoladas.”
                                                                               Lucien Malson, “Les Enfants Sauvages”



O filme “L’Enfant Sauvage d’Averyon” (O Menino Selvagem de Averyon), de Fraçois Truffaut, baseado num caso verídico, relata a história de uma criança de onze ou doze anos que foi capturada num bosque, tendo vivido afastada da sua espécie e ficando depois à guarda do Dr. Jean Itard.
 “O menino Selvagem“ quando foi capturado, andava como um quadrúpede, tinha hábitos anti-sociais, órgãos pouco flexíveis e a sensibilidade embotada, não falava, não se interessava por nada e a sua face não mostrava qualquer tipo de sensibilidade. Toda a sua existência se resumia a uma vida puramente animal.

 Assim, o seu isolamento condicionou a sua aprendizagem futura que, além do mais, deveria ter sido realizada durante a sua infância (época em que o seu cérebro apresentaria mais plasticidade, existindo uma facilidade de aprendizagem, socialização e interiorização dos comportamentos característicos da sua cultura).
 Desta forma, o menino selvagem não só tinha que lutar contra o seu passado como contra a idade avançada para uma aprendizagem, muito provavelmente, sua desconhecida, sendo esta a razão porque, segundo Itard, “para ser julgado racionalmente, (o menino selvagem de Averyon) só pode ser comparado a ele próprio”. 


 Na minha opinião o Homem nasce inacabado e ao nascer numa sociedade específica aprende os valores, as normas, as crenças, os comportamentos dessa mesma sociedade, sendo, portanto, constantemente influenciado e moldado pelo tipo de cultura em que se irá desenvolver. Como se verificou com o desenvolvimento do menino selvagem que não foi sujeito a nenhum processo de socialização durante a infância, altura da vida em que a plasticidade cerebral atinge o seu auge e, portanto, cresceu sem cultura, sem qualquer tipo de regras ou crenças à volta das quais deveriam reger-se os seus comportamentos.
 Por todas estas razões, sermos humanos é mais do que pertencermos a uma espécie de seres com determinada biologia e estrutura corporal, é um processo que engloba todos os tipos de interações sociais, dependendo dos diferentes contextos sociais e culturais particulares, onde aprendemos formas de ser e de nos comportarmos.


Para além deste caso,existem muitas outras crianças que vivem neste contexto social:

 
 
 
 
                                                                                                                 Ana joão nº3 12º A

Sem comentários:

Enviar um comentário