quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Individualidade


Individualidade?

O que é? A que se deve? E o porquê de toda a importância que lhe é dada?

Individualidade – s.f. conjunto das qualidades características do individuo, personalidade, pessoa categorizada, prócere, individuo ( De individual + -idade)


A individualidade pode ser entendida de várias maneiras, há os que dizem que o nosso código genético é aquilo que nos torna únicos! Mas se assim é, então o que têm eles a dizer acerca dos gémeos monozigóticos? Seres com exactamente o mesmo genótipo. Será que esses seres podem procurar a individualidade? Ou estarão condenados a viver no mesmo mundo que uma réplica de si mesmos sem qualquer possibilidade de se sentirem originais, irreverentes? Felizmente isto não corresponde à verdade, ou pelo menos totalmente à verdade, porque se é verdade que não é a genética que dita a nossa individualidade, essa mesma individualidade não é também unicamente ditada por factores ambientais.

Assim temos aquilo que nos é sugerido pela prespectiva epigenética, ou seja, que a nossa individualidade é o resultado de uma interação entre a nossa informação genética e o meio(experiencia pessoal, influencias). Sem sermos inseridos num meio social, somos apenas um poço de virtualidades, possibilidades, predisposições irrealizáveis, e sem informação genética não existimos…

A prespectiva supracitada é fortemente apoiada por muitos estudos, incluindo estudos feitos em gémeos verdadeiros de onde as conclusões que tiramos são muito esclarecedoras.

Usando um estudo feitos nos países escandinavos por volta de 2003, os resultados sugerem que quando dois gémeos verdadeiros que são separados à nascença, ou durante os primeiros anos de vida e são criados separadamente serão futuramente mais semelhantes do que , gémeos que sejam criados juntos ou separados mais tardiamente.

“Pequenas diferenças no carácter inato , de gémeos verdadeiros, são exageradas pela convivência. Se um deles é, por exemplo, mais extrovertido do que o outro eles gradualmente exagerarão essa diferença”

Palavras do investigador no seguimento das conclusões a que chegou, destas mesmas palavras podemos tirar que , o código genético, o que nos é inato tem influencia naquilo que nós somos, porque segundo as conclusões se os irmãos gémeos forem separados numa fase inicial o inato torna-os mais parecidos enquanto se forem criados juntos o meio social em que normalmente se inserem os dois conjuntamente vai diferenciando-os mas mais ainda, penso que podemos ver que a individualidade vai além de genética e factores ambientais, mais do que um fruto da nossa história pessoal ou da historia que nos está impressa nos genes , mas é também uma necessidade do nosso ego, da nossa natureza levando-nos assim ao último ponto desta reflexão: O porquê da importância dada à individualidade.
À falta de artigos e estudos sobre este tema vou expor, assim, uma opinião íntima e pessoal.

Todos nós gostamos de nos sentir-mos especiais, originais, únicos. Todos nós gostamos de ser ouvidos, vistos e apreciados. Todos nós esperamos ser lembrados, deixar uma marca no mundo, e tudo isto nos faz muitas vezes metamorfosear em algo novo, algo parecido connosco mas que não somos exactamente nós ou seremos nós mas não iguais ao que tínhamos previamente sido e esta mudança não se deve a um instinto natural, animaleco e inato nem a pressões sociais dos nossos pares isto e algo proveniente do nosso mais íntimo ser, das profundezas do nosso eu, de uma natureza que procura verdade num mundo de ilusões, harmonia num caótico universo e individualidade num teatro global.

Pena que nos estranhos tempos que correm se confunda tão vulgar e banalmente individualidade com falsidade ou futilidade materialística e/ou sentimental porque o mundo não é uma passerelle gigantesca, mas o lugar onde faremos parte da mais alucinante, magnífica, única e irrepetível experiência … A própria VIDA . 



Hugo Pacheco



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