Individualidade?
O que é? A
que se deve? E o porquê de toda a importância que lhe é dada?
Individualidade – s.f. conjunto das qualidades características do
individuo, personalidade, pessoa categorizada, prócere, individuo ( De
individual + -idade)
A individualidade pode ser
entendida de várias maneiras, há os que dizem que o nosso código genético é
aquilo que nos torna únicos! Mas se assim é, então o que têm eles a dizer
acerca dos gémeos monozigóticos? Seres com exactamente o mesmo genótipo. Será que
esses seres podem procurar a individualidade? Ou estarão condenados a viver no
mesmo mundo que uma réplica de si mesmos sem qualquer possibilidade de se
sentirem originais, irreverentes? Felizmente isto não corresponde à verdade, ou
pelo menos totalmente à verdade, porque se é verdade que não é a genética que
dita a nossa individualidade, essa mesma individualidade não é também
unicamente ditada por factores ambientais.
Assim temos aquilo que nos é
sugerido pela prespectiva epigenética, ou seja, que a nossa individualidade é o
resultado de uma interação entre a nossa informação genética e o
meio(experiencia pessoal, influencias). Sem sermos inseridos num meio social,
somos apenas um poço de virtualidades, possibilidades, predisposições
irrealizáveis, e sem informação genética não existimos…
A prespectiva supracitada é
fortemente apoiada por muitos estudos, incluindo estudos feitos em gémeos
verdadeiros de onde as conclusões que tiramos são muito esclarecedoras.
Usando um estudo feitos nos
países escandinavos por volta de 2003, os resultados sugerem que quando dois
gémeos verdadeiros que são separados à nascença, ou durante os primeiros anos
de vida e são criados separadamente serão futuramente mais semelhantes do que ,
gémeos que sejam criados juntos ou separados mais tardiamente.
“Pequenas diferenças no carácter inato , de gémeos
verdadeiros, são exageradas pela convivência. Se um deles é, por exemplo, mais
extrovertido do que o outro eles gradualmente exagerarão essa diferença”
Palavras do investigador no
seguimento das conclusões a que chegou, destas mesmas palavras podemos tirar
que , o código genético, o que nos é inato tem influencia naquilo que nós
somos, porque segundo as conclusões se os irmãos gémeos forem separados numa
fase inicial o inato torna-os mais parecidos enquanto se forem criados juntos o
meio social em que normalmente se inserem os dois conjuntamente vai
diferenciando-os mas mais ainda, penso que podemos ver que a individualidade
vai além de genética e factores ambientais, mais do que um fruto da nossa
história pessoal ou da historia que nos está impressa nos genes , mas é também
uma necessidade do nosso ego, da nossa natureza levando-nos assim ao último
ponto desta reflexão: O porquê da importância dada à individualidade.
À falta de artigos e estudos
sobre este tema vou expor, assim, uma opinião íntima e pessoal.
Todos nós gostamos de nos
sentir-mos especiais, originais, únicos. Todos nós gostamos de ser ouvidos,
vistos e apreciados. Todos nós esperamos ser lembrados, deixar uma marca no mundo,
e tudo isto nos faz muitas vezes metamorfosear em algo novo, algo parecido
connosco mas que não somos exactamente nós ou seremos nós mas não iguais ao que
tínhamos previamente sido e esta mudança não se deve a um instinto natural,
animaleco e inato nem a pressões sociais dos nossos pares isto e algo
proveniente do nosso mais íntimo ser, das profundezas do nosso eu, de uma
natureza que procura verdade num mundo de ilusões, harmonia num caótico
universo e individualidade num teatro global.
Pena que nos estranhos tempos que
correm se confunda tão vulgar e banalmente individualidade com falsidade ou
futilidade materialística e/ou sentimental porque o mundo não é uma passerelle
gigantesca, mas o lugar onde faremos parte da mais alucinante, magnífica, única
e irrepetível experiência … A própria VIDA .
Hugo Pacheco
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