Yamanaka descobriu que células
– tronco adultas podiam ser reprogramadas e voltar a ter características
semelhantes às células tronco embrionárias (CTE). Através de células da pele (fibroblastos) e da ativação de alguns genes, Shinya
conseguiu que células já diferenciadas voltassem a um estágio “pré-diferenciado”
e passassem a comportar-se como células-tronco pluripotentes, ou seja, uma
célula é induzida a perder a sua especialização e a voltar a ser uma célula imatura semelhante à célula-tronco
encontrada no embrião. Tais células foram chamadas de IPS (induced pluripotent
stem-cells) e possuem a capacidade de dar origem a todos os tecidos.
Contudo, o lado “se não” de
tais células é que elas não esquecem a sua origem, ou seja, se elas forem retiradas
do fígado, por exemplo, irão diferenciar-se preferencialmente em células hepáticas,
um comportamento diferente das CTE.
Por outro lado, os ensaios terapêuticos
com células-tronco adultas vêm confirmando que elas não são capazes de
regenerar neurónios. No caso de doenças neuromusculares ou neurológicas, a
expectativa é que confiram uma neuroprotecção, isto é, ajudem a conservar os neurónios
que ainda estão saudáveis.
Yamanaka, conseguiu ainda
encerrar discussões éticas, pois ao utilizar células já adultas evita o uso de células
embrionárias e a morte dos embriões.
Uma aplicação futura das
IPS:
Uma das dificuldades no
transplante de medula óssea hoje em dia para doenças como a leucemia é a falta
de um doador compatível. Porém, “o homem” já conseguiu com sucesso pegar uma
célula de pele e transformá-la em células IPS. Se futuramente se conseguir que
tal célula se diferencie única e eficazmente em uma CT da medula, será possível
findar com a falta de doadores, pois o doador será o próprio paciente a partir
das células da sua pele, que serão induzidas a produzir células do sangue.
Bárbara Monteiro
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